O REI BRANCO, O LIVRO

Teve aqui recentemente em Salvador, a Bienal de livros e por conta disto minha cunhada resolveu comprar e até me presentear com livros, beleza pura!
Primeiro de uma série li o romance O Rei Branco, do jovem autor húngaro György Dragomán, onde relata como ficção, de forma madura a passagem da infância à adolescência de um menino de 11 anos, em cima de uma realidade que conhecia bem baseado no que acontecia na sua terra natal, a Hungria.
Tudo começa nos anos 80, quando um garoto de 11 anos fica sozinho, em um dia de domingo, com a mãe, pois seu pai fora preso por motivos políticos e foi enviado a um campo de trabalhos forçados
Enquanto espera o regresso não garantido do pai, acha que ele retornará em dia de domingo, o menino tenta sobreviver como pode tanto às crises típicas de sua idade, como às de um mundo particularmente impiedoso.
Uma das passagens emocionantes foi o menino cortar tulipas, escondido, bem cedo, em um dia de domingo, para imitar o que seu pai fazia, quanta sensibilidade em um garoto!
O sofrimento, o abuso em como eles eram tratados foi muito bem retratados neste livro que parecia que nós estávamos lá. O menino pensava que poderia rever o pai, e este estava no Danúbio, Certa feita foi forçado por adultos a fazer um vale no campo de bola, suportou toda a humilhação, pois eles referiram o nome Danúbio, logo lembrou que era o local que estava seu pai! Toda a passagem, a exploração é puro sadismo e os meninos não tinham a quem recorrer
O garoto logo se torna um jovem envolvido com jogos violentos de guerra, brigando, assistindo filmes pornôs. Fica adulto e aprende a conviver com as trapaças, manipulações, interesses dos outros e perde a sua juventude, quando descobre de verdade o que aconteceu ao seu pai, pois não tinha entendimento para perceber a tirania da elite política.
Enfim queridas seguidoras lendo vivenciamos mesmo no mundo imaginário do autor, como as pessoas sofrem, amam e amadurecem.